quinta-feira, 16 de julho de 2009

o caralho!


fotografia de Dina Goldstein, via Alice

Este espaço encontra-se meio morto, a meio gás, a menos de meio. E então tentarei explicar, finalmente, de forma mais ou menos sucinta (mas que ainda dá trabalho e me exige um tempo que eu não tenho), porquê.
5-Au-Sac e depois 6-au-sac, o caralho! É que aqui já não estamos, se é que alguma vez estivemos (ou terá sido só imaginação minha?), todos no mesmo saco! Mas, obviamente, em vez de passar a vida a trocar o nome ao blog, mais vale partir para outro (porque os pressupostos da coisa estão todos trocados)!
Todos no mesmo saco, o caralho!, porque a vida insiste em mostrar-me que estou enganada, fui enganada, uma patética romântica, uma obstinada! A vida repete-se em loop mas a queda é cada vez mais acentuada! A sorte, neste círculo completo, é que a subida também é sempre maior e eu já vou mais longe.
Um marido, dois maridos, com papel ou sem papel, uns gajos pelo meio e eis que afinal é talvez a Biologia que reina, para além do social. É tudo a mesma coisa. Vira o disco e toca o mesmo, tirando dois maus carácteres que me apareceram pelo caminho, quanto a pais de filhas tive sorte porque são boas pessoas. Acima da média. Acima de outros que me rodeiam. Mas, garanto-vos, tirando as questões de carácter, em termos de investimento parental (também acima da média): não chega!
Se calhar o problema com os homens não está nos homens. Se calhar, não, não está de certeza. Eu dou-me bem com os meus amigos, sempre dei. E porquê? Porque não crio neles expectativas para além daquelas que eles cumprem! O problema dos homens está nas expectativas que lhes conferimos. Se me tivessem dito, à priori, que ter um homem é como ter um cão, tudo certo. Eu não posso é, a meio do caminho, fingir que sempre quis ter dois cães e seguir feliz com isso! Não, eu quis mais, e quem estava errada era eu! Caiam-me em cima as feministas, as esquerdistas, os papistas, mas é tudo uma questão de biologia (lá volto eu à carga, outra vez).
É comum a quase todas as espécies e as descobertas no campo da genética e do ADN só vieram confirmar que mesmo aquelas espécies que se julgavam monogâmicas afinal não eram (nas aves, sobretudo, que nos mamíferos mais próximos já não havia ilusões). E o que interessa isso para o caso? Tudo. Porque aqui o que interessa não é se as espécies têm um ou mais parceiros (estou, neste momento, pouco cagando para o assunto). O que interessa aqui é tudo o que acontece à volta disso e como tudo está relacionado com o comportamento de homens e mulheres no que diz respeito às crias. Mas mais não me alongo, posso apenas sugerir leitura (rigorosa, científica e bastante interessante). Isso e porque “nos casamos”…
Pois bem, depois de contrariar a Biologia a partir de uma série de pressupostos Sociais, construídos, não admira que o caminho nos leve à frustração. Além disto vieram-nos com a balela da emancipação das mulheres, da igualdade dos sexos… igualdade o caralho! Antigamente, as avós, ficavam em casa a tomar conta das crianças. Depois, as mães, desataram a trabalhar e marimbaram-se para as criancinhas, ocupadas que estavam com todas as outras questões. Agora, espera-se de nós que façamos o pleno! A contar com uma participação masculina que não é nem nunca será efectiva e similar! E desatamos todas a querer agradar a gregos e troianos, aos filhos aos maridos, a patrões e a nós próprias, como se isso fosse possível! O caralho! Ou andamos a dar em doidas e a tomar comprimidinhos para suportar a vidinha moderna, ou andamos a fingir que está tudo bem e não tiramos um sorrisinho estúpido dos lábios enquanto dizemos “sim, querido” (e provavelmente também andamos a tomar comprimidinhos, mas o medo, o pavor, é de os perder, a eles, aos machos, como se precisássemos deles realmente para alguma coisa – com tanta histórinha de moral infantil e ninguém nos ensinou a preservar um mínimo de auto-estima?), ou desistimos de uma parte porque pura e simplesmente não é possível e há que priorizar. A frustração, essa, mantém-se. Porque independentemente de como sobrevivemos à questão, os valores mantêm-se (aqueles que nos encasquetaram quando éramos pequeninas).
E então aqui estou eu, segunda filha linda, que amo perdidamente, que me suga as entranhas porque me tenho dedicado a ela desde que nasceu, há nove meses, e ainda ando às voltas com a mais velha e o sentimento de culpa judaico-cristão que também nos imiscuíram. Dia e noite, noite e dia, venha o que vier, corra como correr, seja bom ou mau, aqui estou eu para segurar as pontas, dar colo, dar o couro. Aqui estou eu porque me manda o instinto, seria incapaz de não estar. Mas não precisava de estar sozinha e estou. Pela segunda vez, estou. Pela segunda vez caí no conto do vigário. Pela segunda vez o pai da criança resolveu dedicar-se a fundo ao trabalho, a novos projectos, e também este pai desapareceu. E ele negará sempre, será incapaz de ver. Mas ele não está. De manhã, de tarde, de noite, de madrugada. Ontem, hoje, amanhã e depois. O tipo é um profissional do melhor, concorrente sem horários, sem restrições, porque na sua paternidade estou eu. Não faz férias porque estou eu em Tróia com as miúdas (para que pelo menos elas tenham umas férias e porque idealizei um verão como os das revistas, com as miúdas na praia, que cenário idílico…), como sempre a duplo horário sem folgas ou coffee-break…
“E em Setembro, como combinado, eu adaptarei o meu horário para que tu possas retomar a tua vida..”, diz. Em Setembro a Rosa vai para a creche e vai ficar doente uma carrada de vezes (esperemos que não, mas é o comum…) e eu cá estarei a coprometer a minha nova vida profissional para cuidar dela, que esse é um filme que eu já vi. E cá estarei eu a fazer das tripas coração a largar para trás o que não posso agarrar poque tenho duas filhas com quem quero partilhar o tempo aceitável e não ter que pagar ainda mais a quem o faça. E cá estarei eu irritar-me com isso, porque estarei sozinha, como sempre. E a sentir-me frustrada e subaproveitada nas minhas capacidades intelectuais. Porque eu não posso ir ou fazer porque tenho duas filhas e eles não podem estar porque têm outras obrigações, com outras pessoas… O caralho!
Portanto, em resumo, a situação é a seguinte: Eu não acredito na igualdade dos sexos, eu não acredito em finais felizes nos moldes em que nos ensinaram a ver as histórias. Convençamos as nossas filhas de que não aparecem príncipes encantados e que não se devem casar para serem felizes para sempre. Filhos é melhor que tenham sozinhas porque assim já sabem com o que contam e não depositem esperança nas capacidades que os homens não têm. Os homens são muito filhos. Convençamos as nossas miúdas de que não precisam de ninguém para ser felizes porque lhes poupamos o trajecto tortuoso que as levará a essa conclusão depois de experimentarem de outra maneira. E que a felicidade só depende delas e da capacidade que tenham de estar bem consigo próprias, sem medo da solidão, sem medo do silêncio, porque é dos seus espíritos criativos e geniais que vem a resposta ao mundo, à vida. É da sua própria cabeça que sai tudo, toda a vida, toda a graça, tudo o que preenche um espaço vazio. Não dependem de ninguém para encontrar o caminho. Não precisam de ninguém para andar para a frente.
E mais haveria a dizer, mas neste momento não me lembro. Porque estou cansada, porque tenho a miúda no braço esquerdo, porque esta foi outra noite infernal. Se me lembrar entretanto (e eu sei que havia muitas coisas…) talvez cá volte.
Posto isto, obviamente, julgo que este blog não faz sentido. Até porque não quero enxovalhar ninguém. E não, não me separei de novo. A vida corre apenas nos moldes que aqui vos conto. Por isso parto para parte incerta.
Obrigada por estarem desse lado.

43 comentários:

ritacor disse...

Subscrevo-te a 200%!

Sónia disse...

E para quem dizia meia duzia de palavras, hoje abriste a torneira toda.
E MUITO BEM.
Parabéns.

Não desapareças...

sofia disse...

Deixo-te um beijo
como quem concorda, como quem acenou sins contínuos enquanto lia
Por mais fantásticos que sejam, nunca são mães como nós muitas vezes temos de ser pais...
Beijo grande e sim, não desapareças

Ana disse...

July 15, 2009, 4:24 PM
Quitting a Job to Raise a Child
By LISA BELKIN

Illustration by Barry Falls
Life/Work Balance
Anna, the new mother who asked for advice here last week about whether or not to leave her job for her 3-month-old daughter, and how to ask her boss for a part-time schedule, has made a decision. In an e-mail that she asked me to share with readers, she writes:

So it looks like our post really struck a chord with your readers! I’m glad it did. I found the first couple of months of parenthood to be so isolating, but once I made it past those initial weeks, I realized that there is no greater unifier than the experience of raising a kid. Those readers who wrote in to say that they could have written the exact same story, or that my experience made them cry — they made ME cry.

I took a lot away from the comments. Those who advised me on how to go about asking for part-time status were very helpful. I presented a part-time plan to my boss, who was amenable to the idea and willing to give it a shot. But ultimately management was not so accommodating, as I suspected they wouldn’t be (NO ONE at my office telecommutes or works part time), and my plan was rejected. I resigned the following day.

My decision to leave work was a difficult one, but once I made it and committed to it, it was like a weight had been lifted. I am happier now than I’ve been in months. I’d like to thank all those readers who pointed out the many reasons for staying home and encouraged me to do it. They’re right - I don’t want to miss out on these precious first few months. At the end of my life, I won’t regret giving up a few years of work to raise my own kid. And I can always try to get back into the workforce after my daughter is 2 or 3, old enough to benefit from daycare.

There were some who were concerned for my husband. I just wanted to say that he is completely on board with my decision to quit work. Money will definitely be tighter, but we’ve already found ways to cut back on our expenditures, and we’re considering moving into a smaller house. We both agree that raising our child ourselves is worth these sacrifices. To make a bit of extra money, I’ve completed a project I’ve been working on since my daughter was born, a Web site that offers emailable birth announcements called www.newbornnotes.com.

Finally, a few people pointed out that this decision was difficult to make because it’s one that shouldn’t have to be made. There’s no reason why the United States shouldn’t follow a European or Canadian model for family leave, and I will be pushing the issue with my local federal and state representatives. I’ve read that President Obama is sympathetic to this particular plight, as his own mother struggled to work and raise him at the same time, and hopefully something will change while he is in office. Maybe in the future my daughter will have more options than I did.

Unknown disse...

Esta tudo dito!!!

Os_Cinzentos disse...

safa, estou exausta e angustiada só de te ler.
deixo-te um abraço e desejos que tudo serene/melhore/transforme/resolva/exploda/imploda/faça o pino, sei lá ... o que for melhor para ti.

Unknown disse...

O meu apoio sincero e outros dias terão de vir para si ...

Virgínia disse...

A mim, este blog faz todo o sentido. Porque este blog sempre foste tu e a tua visão do teu mundo. Daí, sentir muita pena se o decidires acabar. Porque acho que a verdadeira vida é muito mais interessante que a vida perfeita (inventada) e porque por isso mesmo, a considere muito mais necessaria ao mundo.

A minha avó, mulher sábia, sempre me disse que tivesse eu um filho com quem tivesse, esse filho seria sempre meu. Queria dizer que o pai seria sempre secundario. Custa aceitar, mas com o tempo começo a acreditar nela. Porque é assim a biologia! É essa a natureza! E não, nunca haverá igualdade! até que as mulheres redescubram o que realmente querem e valorizem aquilo que são, como são, e aí sim, o mundo pode ser justo às duas raças.
Estamos contigo. E continua, por favor.

Maria Joao disse...

é isso tudo. tal e qual. boa sorte com o que está para vir e que o inverno não seja muito rigoroso para as viroses não atacarem em força! nós (também) precisamos de viver!

Maria disse...

Levanto-me e bato palmas, subscrevendo mil vezes de seguida.

Maria disse...

Levanto-me e bato palmas, subscrevendo mil vezes de seguida.

sara carvalho disse...

Existem por aí alguns pais que também são mães e realmente sabem dar o valor mas devem ser de uma espécie rara muito pouco desenvolvida. Talvêz se eles os tivessem carregado na barriga 9 meses e continuassem a ter um cordão umbilical invisível como nós temos as coisas fossem diferentes, mas mesmo assim acho que não.
Continua aqui ou ali, mas avisa, que como a Virgínia disse ninguém precisa de ler vidas perfeitas e eu comecei a vir aqui e a gostar...
E como mulher que és vais ver que tudo vai correr pelo melhor, porque nós somos assim mesmo SUPER! E agora apesar de não nos conhcermos toma lá uns mimos para te animar e dar força :)

Clara disse...

Eu não subscrevo. Sou mãe sozinha de dois, com um pai demissivo que vem vê-los quando calha e paga para não os vir buscar. Não tenho a menor intenção de fazer com que a minha filha tenha filhos sozinha. Aliás, proíbo-a. Mal ou bem, a culpa é minha (nossa) de não o ter responsabilizado mais, não ter atirado com eles para o colo dele a mal ou a bem. E é que eles só assim é que desenvolvem o instinto paternal. Há pais fabulosos, eu é que não soube educar o meu ex para isso, têm de ser treinados como os cães (e uma vez treinados são excelentes).

triss disse...

Também não acredito na igualdade dos sexos...para tudo o que daí advem de mau e de bom.

Apesar de não ser mãe (ainda), o meu instinto concorda contigo, acho que ser mãe e pai não é de todo a mesma coisa, nem a nível emocional nem a nivel de investimento (reminiscências de uma filha de pais divorciados, do que vejo com as minhas amigas e de uma herança judaico-cristã, como bem referiste).

Não queria deixar de dizer como achei as tuas palavras sobre a felicidade bonitas. É isso mesmo:-)

Ah, e se puderes não desapareças:-)

InêsN disse...

por vezes sinto-me assim e a coisa agudiza; depois respiro fundo, ponho os pratos na balança e sigo em frente de cabeça levantada.

força!

Baggio disse...

Hesito entre deixar-te uma palavra simpática ou rebater com sarcasmo tanta hostilidade feminina.

Baggio disse...

Hesito entre deixar-te uma palavra simpática ou rebater com sarcasmo tanta hostilidade feminina.

Sónia disse...

Acho que nunca escrevi aqui...leio, concordo na maioria das vezes, sorrio outras tantas, mas hoje vou escrever...para lhe pedir que não parta para parte incerta.

Live the life you love, or Love the life you live? Embora possa não fazer aparentemente (nenhum) sentido, talvez daqui a uns dias possa encontrar-lhe algum (sentido)...

Força!

umademim disse...

não partas....

patachoca disse...

Cara L. leio o teu blog todos (ou quase todos) os dias e desta vez até me faltou o ar de tal sufoco que estava a sentir... Sufoco esse que nada deve ser comparado com o teu!
Espero que rápidamente encontres o teu caminho, com ou sem "eles" os gajos desta vida...
Não desapareças... Afinal essas 2 princesas mais tarde vão certamente erguer o peito e com muito orgulho dizer... eu sou filha da Lia :)
Beijos

Unknown disse...

pois, não desapareças...
um beijo *

domakesaythink disse...

"Convençamos as nossas miúdas de que não precisam de ninguém para serem felizes porque lhes poupamos o trajecto tortuoso que as levará a essa conclusão depois de experimentarem de outra maneira. E que a felicidade só depende delas e da capacidade que tenham de estar bem consigo próprias, sem medo da solidão, sem medo do silêncio, porque é dos seus espíritos criativos e geniais que vem a resposta ao mundo, à vida. É da sua própria cabeça que sai tudo, toda a vida, toda a graça, tudo o que preenche um espaço vazio. Não dependem de ninguém para encontrar o caminho. Não precisam de ninguém para andar para a frente."

captain fucking obvious here ;)

mas atenção, isso é muito bonito do ponto de vista individual. do ponto de vista de familia, pra mim a familia é mais importante que a minha felicidade individual.

a minha mãe sacrificou 30 anos da sua vida para educar/whatever -me a mim e aos meus irmãos, o meu pai, mais presente ou não, trabalhava bastante para o mesmo objectivo. quando fiz 18 anos disse a minha mae, "nao te preocupes mais comigo (sou o mais novo), faz o que quiseres, caga pra nós e vai viver o resto da tua vida"...ela pediu o divorcio.

reconheco e estou bastante agradecido pelo altruismo que ela teve ao papar 30 anos de 4 gajos em casa.

nunca tive uma familia muito normal, mas não se desenganem que ter uma familia e ter um emprego é complicado...a solução que a minha mae arranjou foi abrir um negocio que facilitasse consolidar 3 filhos...abriu um restaurante.

se fossemos uma familia abastada este problema nem sequer se punha ;)

Sandra disse...

Olá Lia,

vim aqui parar através de outro blog, que nos remete para este teu post.

tens razão, há pessoas que se demitem ( infelizmente) das suas responsabilidades, dos seus deveres familiares...

Lamentável, pois se existisse o espírito de entre ajuda e companheirismo, as coisas poderiam ser bem diferentes e resultar muito melhor, não é?!

Deixo-te um beijo grande e Força

Gostava muito de poder continuar a acompanhar o teu blog.

Unknown disse...

Já sou tua leitora há muito tempo, não comento muito, mas leio-te sempre, gosto muito das tuas "caralhadas" de vez em quando e das tuas poucas linhas que habitualmente escreves.
Este post foi o descarregar!
Concordo contigo em tudo o que disseste e mais o que ficou por dizer.
Não acredito na igualdade dos sexos, as mulheres são e continuarão a ser as mais sacrificadas.
Todas essas questões também me revoltam a mim.
Força e coragem para a vida real.
Muitos beijinhos

3Picuinhas disse...

:) "filhas da mãe das feministas", é uma expressão que uso com muita frequência, é que também tenho duas pequenas, um trabalho duro, um gajo complicado...várias vezes dei comigo a pegar no saco de fim de semana...a ideia é sair durante 2 semaninhas para parte incerta e deixar as crias com o respectivo progenitor só para ele perceber que sim, dá MUITO trabalho ser bomãe, excelete profissional e conseguir manter a casa limpa e arrumada e ainda por cima ter desejo sexual...
Um abraço grande

Inês disse...

gosto muito de te ler.

ines.

Inês disse...

gosto muito de te ler.

ines.

maçã disse...

ehpá.
finalmente consegui ter tempo para te ler. (tenho andado por telheiras non stop, if you know what i mean....)

ehpá.

obrigada Lia. Por dizeres o que eu não posso ainda dizer por experiência mas que (infelizmente) já vou percebendo que é a minha sina.
és linda, caralho!
:D

le monde de zuza disse...

está tudo dito aqui de forma explicita e clara ... parabéns !

no blog disse...

Tranquila mamã, sou pai de três, não sei se sou bom pai (desejo muito pensar que não sou mau)e claro a igualdade de sexos não existe. Louvadas sejam as mães, registo aqui um louvor pra minha mulher que te estendo também.
Igualdade nunca foi, não é e não será. Ainda bem! Não são iguais os sexos. Direito sim. Mas a vida não é código civil - é sentimento. Direito, não é afecto. Educamos e criamos por amor...
No fundo vocês sabem que são melhores e que nós admiramos isso mesmo.

Gaivota disse...

Entendo cada ponta do teu desespero. Ser mãe é ser sempre mais mãe do que eles são pais, salvo raras excepções. Há que lutar, é o que te digo. Pela nossa verdadeira emancipação e das nossas filhas, há que educar os pais de amanhã, há que abanar e tirar o tapete debaixo dos pés e a segurança a estes nossos homens de hoje, para que cresça, para que aprendam, para que se autnomizem e sejam pais e companheiros a 100%. Há que gritar, há que ter coragem para dar o salto, para deixar de engolir a nossa vida.

Espero que tudo corra bem contigo.

MC disse...

Pais e mães há por aí aos molhos. Uns são bons, outros nem por isso.

Não sei qual é a tua vida pois só li este post (encaminhado de outro blogue que leio).
O que me parece é que escolheste o parceiro errado.

Uma relação requer equilibrio em tudo. O máximo possivel. Ou estará a caminho do fracasso. Amanhã, daqui a um mês, um ano ou 5 ou 10.

Eu acho que sempre fui bom pai (tenho 3). Quero acreditar que sim. Mas sei que sim também. Sei hoje, também, que houve coisas que deveria ter feito diferente na educação deles mas fiz o que pensei ser o melhor na altura, até porque nem sempre estava de acordo com a mãe deles. E um dos dramas da educação de uma criança é os pais não se entenderem em determinada situação.

Tenho muitos amigos que estão sempre presentes no que diz respeito aos filhos. Acabei até de ser tio e sei que o meu irmão será assim. Mas também tenho alguns que deixam isso para as mães. E amigas, mães, que fazem questão de que os assuntos das crianças são com elas.

Os meus filhos são, sempre foram, muito saudáveis mas também acontecia adoecerem. Adoecendo 1, já se sabia que os outros se seguiriam. Sempre dividimos esse tempo. Um dia ficava eu, outro a mãe. Até ficarem bons.
Mas na maior parte dos casos não é o que vejo. As mulheres ficam mais vezes com os filhos. Mas nem sempre é porque tem de ser. Caramba, trabalham ambos, custa a faltar ao trabalho a ambos.
Eu trabalho com mais mulheres que homens e isso é um problema.
Eu fiquei muita vez com os meus filhos (às vezes 3, ás vezes os 3) e não é complicado porque eles estão bem é a dormir. Pelo menos no meu caso sempre foi assim. Dar o Ben-u-ron ou o Brufen, as refeições e tudo seguia mais ou menos tranquilo. Claro que há doenças mais complicadas e isso é outra história. É um pouco instituido que têm de ser as mulheres a ficar com os filhos, até pelas próprias mulheres. Depois queixam-se das carreiras...

Enfim, não me queria alongar pois o que me parece, de base, é que escolheste mal um gajo para ser pai. É que para ser pai não basta ter pila e deitar aquela coisa branca... Ser pai é um pouco mais que isso (apesar dos tribunais não acharem!).

Força.

Bj

Pekala disse...

é quase exactamente isso.o "quase" guardo-o pra mim pois eu acrescentava mais coisas.
p.s.tenho um rapaz com 3 anos.no que depender de mim nunca será assim.
(http://neuroticbaby.blogs.sapo.pt)

Cristina disse...

Palavras para que?
Acabei de ler expressada a minha vida.
Porque será que o Homem com toda a sua capacidade de isto e daquilo..no que toca á vida...é tudo igual..as mesmas vivências...

Não sei se é bom ou mau ver -me descrita nas palavras de outra mulher...ou saber que mais mulheres passam pelo mesmo...
Mas somos assim maezinhas dos nossos..e dos outros(dos da sogra) e por mais que tentemos, vai dar sempre ao mesmo...

Beijocas
(e please não pense em desistir(li algures num comentário) conheci o seu blog á pouco, no ma~e galinha(se não me equivoco) e gosto e pronto

alice disse...

Subscrevo e acrescento:

nunca acreditei na igualdade, mas tenho para mim que nenhum homem é incapaz de ser aquilo que descreves, simplesmente foram educados para acreditar que não é tarefa deles.
E mesmo os que se dizem "modernos" e porque até "ajuda a mulher lá em casa de vez em quando", desde o nascimento que são impregnados com a ideia de que vêm ao mundo para reinar e que alguém virá para os servir.

A culpa é tanto das mulheres como dos homens. Tal como dizes, a maior parte da educação ainda é controlada por mulheres que perpetuam esta tradição de incompetência masculina.

Tanta gente conheci eu, com filhos raparigas e rapazes e que os educaram de forma muito distinta. As meninas são ensinadas desde cedo a tratar de si, dos outros, a ajudar, limpar, etc. Os rapazes são tratados como donos da casa - a mãe e a irmã lavam-lhe a roupa, dão-lhe de comer, limpam-lhe a casa...

Ensinem-nos desde pequenos a serem responsáveis, e de certeza que crescerão com mais responsabilidade.

Também concordo contigo quando dizes que a Biologia é decisiva em muitas situações. Até hoje, nunca encontrei outra explicação para o gosto pela submissão aos Homens, que as mulheres tantos cultivam.

Digo eu que moro com alguém que cresceu sempre com "empregada", e que não fazia a mínima ideia que a roupa não se lavava sozinha, e que as coisas desarrumadas não voltam ao sítio pelo seu pé.
A sério, parecia um caso de estudo.
Admito que em 5 anos mudou bastante, mas não sem um grande esforço e obstinação da minha parte.
Ainda assim, a mãe (mulher moderníssima, já da geração de mulheres que deixaram os filhos para trabalhar) fica chocada com o facto de ver o filho a fazer tarefas domésticas.

É do caralho.

Óxido de ferro disse...

Li... voltei a ler... li novamente... li...................a.

Dou por mim a ler as suas histórias favoritas e, como ainda não saber ler, a alterar o "...casaram e foram felizes para sempre." para "...e foram amigos para sempre."
Estamos todos errados e a errar.
Já agora: "Os homens são muito filhos."... lindo. Mais lindo ainda é que também as mulheres são muito filhas.

Temos de mudar, temos de mudar.

Isa disse...

caralho...
bjs miúda

Isa disse...

caralho...
bjs miúda

Anónimo disse...

sabes que mais... a culpa e das maes que os fazem assim! vivo a anos luz da tua realidade mas sofro contigo!

beijinho grande e fico feliz por ainda estares ai!

Rita Quintela disse...

tão real. beijo.

Pat disse...

Folgo em saber que ficaste por "cá", que ainda agora te descobri e te leio da frente para trás.
Concordo com tudo, e com mais que digas.. Daí ser mãe, sozinha, ainda que tenha sido opção por força das circunstancias... mas foi das melhores opções até à data.
Gosto muito de te ler :)

Rute disse...

Só descobri este texto hoje. Também sou mãe sozinha, porque o meu ex-marido "não gostava da vida que tinha" e informou-me cerca de 3 semanas depois do meu filho nascer que o nosso casamento tinha acabado. Graças aos céus!!! Os meus pais educaram-me para ser o "homem" de amanhã, sei que a minha felicidade antes de tudo depende de mim se o amor acontecer novamente, óptimo, senão vou vivendo cada dia como se fosse único porque a vida tem demasiado valor para ser desperdiçada com expectativas de "conto de fadas"!
Bjs

Rosário disse...

2 anos depois e leio este post. venham 2, 10, 20 e ele há-de continuar a fazer sentido.
eduquemos as nossas filhas e os nossos filhos! o pai dos meus filhos está sempre a dizer-me que as miúdas não vão arranjar homem que as ature, ao que eu lhe pergunto "e para quê?"
temos uma herança pesada sim.