hoje
precisava mesmo era de faltar às aulas e fugir para o cinema ou para uma esplanada à beira-mar. (A segunda, mais a segunda!)
Estou farta e cansada.
Passei a semana com as miúdas às costas, como sempre, aliás, mas sem respirar um segundo.
Miúdas, trabalhos, trabalhos das miúdas, necessidades das miúdas, receios das miúdas, refeições das miúdas e eu sem tempo, sem horas dormidas, sem tempo para comer (a horas, pelo menos), sem me libertar um bocadinho que fosse - que seja . Eu que não faço pausas, não fumo cigarros, não passeio o cão a não ser para acrescentar mais um peso, mais uma força, e menos uma culpa; eu que de viúva só não tenho a morte (e ainda bem, claro, não me interpretem mal...) e, como tal, tenho é esperança (aquela que há enquanto há vida), mas que não o vejo. Pinga o dinheiro necessário, qual pensão. Não se repartem vidas. Paralelas mais paralelas do que nunca. Segmentos de recta crescendo em direcções opostas. Trabalho, trabalho, trabalho. Também o tenho. O meu dura enquanto me deito - estou de permanência - e não é remunerado, não acrescenta currículo. Cria filhas, uma é minha outra é nossa. E será sempre nossa. A carreira é tua. A casa é tua. A tua vida é tua. Brilhante. Repito experiências. Exactamente iguais. Só muda o contexto familiar - não o meu, claro, que esse é sempre o mesmo. Toma lá para não seres estúpida, toma lá para não te armares em esperta. Toma lá para não te pores com quadros bucólicos. Vai mas é trabalhar! Fazer qualquer coisa de útil para a sociedade...
8 comentários:
Viva o fim de semana, que vai estar cheio de sol!!!...
...*
E eu podia ter escrito este post. Podia.
há há há isto de termos mamas complica tudo, isto de os filhos são só nossos..... estas são as partes dificeis te se ter filhos ficamos focadas neles..... mas amanhã e outro dia esta sol sai .....
beijinhos
tenho o muido doente....
também tu andas a precisar disto:
http://cadernobranco.wordpress.com/2009/03/13/silencio/
bjs, lia. e coragem.
Ai, que desabafo. Poderia ser meu, mas não ouso... por agora ponho a cabeça no que tenho de fazer e suspiro ainda pela hipótese de ir ao 3º rebento... mas sei que é uma muito provável quimera.
ânimo... bom fim-de-semana
Cara Lia,
Ao ler este post tão realista-pessimista, só me apetece dizer-lhe que não só quem trabalha (de)mais é útil para a sociedade, muito pelo contrário! Quem educa e cria os filhos daqueles (e daquelas) que vivem para trabalhar é tão (ou mais) útil do que eles (elas). De qualquer modo, creio que pode encarar esta fase duma perspectiva diferente, como uma oprtunidade de se valorizar profissionalmente (pós-graduação) e de ter o privilégio de ver "florir" a Rosa (e a Mariana), de vê-la(s) desabrochar todos os dias um pouco mais e isso é o melhor da vida! Nos dias em que estiver estrangulada de trabalho e sem tempo para elas, aí sim, vai sentir culpa e umas saudades tremendas destes dias. Viva-os em pleno, desfrute deles o mais que puder. Tudo o resto se pode relativizar... Ressuscite o marido (vivo) e acorde o(s) pai(s)... E faça mudar a história, não repita as experiências (nem os erros...) Pense no que pode fazer de diferente! Fica a opinião. Desculpe a invasão...
querida lia.
lembras-te que escrevi o mesmo.
mas nós somos, e tu mais do que eu, capazes de ser romanticas e eficazes. sem pedras no peito conseguiremos continuar a fruir a vida e a querer muito da vida.
às vezes digo é que o farei "apesar de" e não "com". mas são fases e não perderemos de vista a big picture.
admiro-te muito, muito. tanto qe não posso ir ter contigo quando me sinto deprimida para não te desiludir, vê lá quanta admiração :-)
mas hoje abraçava-te e fazia as tuas tarefas todas.
querida lia.
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