não sei porque é que
me lembrei disto ontem, mas lembrei-me (e não tendo escrito isto logo, era para já não escrever. Ontem teria saído melhor. Hoje já só me lembro do princípio da coisa. Mas enquanto remoo a de hoje - ou a de hoje à noite... - mais vale fingir que ainda estou a pensar na de ontem para que não me saia a irreversibilidade):
A cesariana poupou-me da surpresa maior da primeira: Ter chamado por ti!
Chamaria ainda? Nessa altura desconhecia o que viria depois. E que não mais poderia contar chamar-te. Mas mesmo então não esperaria chamar-te! Não esperava chamar-te. E naquele instante foi como se outra te chamasse, que não eu. E enquanto chamava pensei: porque a chamo? Eu não a chamo. Não sou eu. Chamou-te outra que nem quando gritou reconheci. Não me lembro dela. Uma que gritava por ti. Ou uma que gritou. Porque não sei quantas vezes terá isso acontecido. Mas não, suspeito que não tenha sido uma vez só. Por isso o Imperfeito é o Pretérito mais-que-perfeito. Que ironia. Mais que imperfeito pretérito, presente.
Bem, teria repetido a estranheza?
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