quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

não consigo (revisto e aumentado)

almoçar antes das cinco e é com ajuda,
tomo banho e como com ela a chorar ou ao colo (o que só se pode verificar na segunda acção), ou não t(c)omo...
para ir à casa-de-banho tenho que lhe pedir licença ou a alguém que me substitua por um instante.
E tudo isto é feito, sempre, a correr. Não há cá banhos relaxantes... já é uma sorte se conseguir tomar banho todos os dias.
Os dias passam a correr e quase nunca saio de casa.
Às cinco da tarde o dia acaba e as luzes artificiais deprimem-me, já não as posso ver. Porque quando acordo (e assim permaneço: acordada) de madrugada, às duas, às quatro, às seis, ou seja a que horas for, lá estão elas, amarelas, a iluminar o quarto. E o ponto de vista é sempre o mesmo. Enquanto os outros ressonam.
Noite após noite, há quase três meses, não durmo nem o suficiente, nem descansada, nem um sono seguido, nem em silêncio. Há três meses mais nove, que dormir na gravidez foi quase impossível... e antes disso também estive uns meses anos (anos, claro que são anos, já não sei o que digo...) a acordar várias vezes por noite por motivos que não quero aqui descrever.
Quando alguém me pergunta porque estou de mau humor de manhã se "até dormi" tenho vontade de "matar ou desistir"... porque mesmo que eu me dê (ainda mais) ao trabalho de relatar os meus dias e as minhas noites isso não faz com que ninguém vivencie o mesmo que eu, logo perceba...
Apetece-me gritar de desespero e no entanto amo-as como absolutamente mais ninguém as ama.
E nisto, aceitei salvar o planeta. :) *

* Mas sobre isso só poderei falar muito mais tarde!...


-

P.S. - amanhã começo as aulas. Trabalhos e estudo, onde os encaixo? Ah, ah, ah!!!!....
E as maminhas cheias de leite?
E a saudade?
E a inquietação?

14 comentários:

lavandaria disse...

hoje, a correr para uma consulta, dei por mim a pensar que queria um fds com alguem para conversar e pensar comigo. depois corrigi, bastaria um dia. para poder perspectivar um pouco, porque ando quase completamente a correr de tarefa em tarefa, e toda a gente sabe que sem alguma distancia não há perspectiva.
mas
o que eu sinto ao ver o teu blog é que tens gerido tudo muito bem, acompanhas a mariana, recebes pessoas em casa, sais, informas-te.
às vezes apetece chorar, com a mesma intensidade com que apetece celebrar cada momento.
eu ainda vou na 1ª viagem, não sei quando este ritmo serena um pouco, mas continuo a saber que tenho o melhor filho do mundo, que terá o melhor de mim, o melhor que eu conseguir encontrar em mim.

:-)
beijinhos

Lia Ferreira disse...

*

Lia Ferreira disse...

e obrigada!

Maria Joao disse...

O meu segundo filho nasce amanhã... até agora tenho 4 anos de noites interrompidas (da mais velha). E agora?!? Beijinhos e coragem!

morfose disse...

Olha... força. Há-de passar.
O segundo filho parece que é sempre assim, ou dizem as mais velhas, sei lá.
Só sei que passei 18 meses INTEIRINHOS sem dormir mais do que 1,2 horas por noite. Sempre com ele ao colo. Sempre com a luz artificial a meio da noite. Sempre com o ressonar dos outros.
É tramado. Custa muito. Dá cabo de nós. Mas faz-se. Caramba, como é possível?! Traduzi filmes inteiros com um único dedo, a teclar pela noite dentro, enquanto dava de mamar e/ou embalava o A. Mas faz-se. Foda-se, somos mesmo supermulheres, não somos?

Os_Cinzentos disse...

puf puf puf

fiquei cansada só de ler.
Queres uma visita surpresa? nós aparecemos, com uma lista de items do mundo exterior de que estejas a ter assim muitas saudades (luz natural levamos num tupperware, serve?)
bjs e forças!!!

r. e matilha

Os_Cinzentos disse...

puf puf puf

fiquei cansada só de ler.
Queres uma visita surpresa? nós aparecemos, com uma lista de items do mundo exterior de que estejas a ter assim muitas saudades (luz natural levamos num tupperware, serve?)
bjs e forças!!!

r. e matilha

Lia Ferreira disse...

:)

Virgínia disse...

Lia, é por ter passado por tudo isso que tenho dúvidas quanto a ter um segundo.... embora olhe para ti e para outras muheres e saber que se não o fizer agora vou arrepender-me mais tarde. Porque "vocês" fazem parecer tudo possível e natural!..... as noites para mim nunca mais voltaram a ser as mesmas, os dias deixaram de ser meus, sei quando ele vai acordar antes mesmo de acontecer, sei quando vai fazer birra uma meia-hora antes do primeiro pontapé, e à minha volta..... ninguém sabe o que é ser mãe!! O M. levou um ano inteiro a dormir a sua primeira noite, e durante a tarde ainda ouvia das simpáticas visitas que estava com olheiras.
Uma coisa é certa, tu consegues. E apesar de adorar outros blogs de mães que falam das maravilhas que é ter a casa cheia de filhos, prefiro muito mais a tua sinceridade.
Abraço e força!

Marta disse...

Parte do texto podia ter sido perfeitamente escrito por mim (até à parte de dormir mal na gravidez... pois sempre dormi muito bem), apesar de os meus almoços mais tardios nunca passarem das 16h, mas eu só tenho 1 filho e 2 gatos. Faz hoje, daqui a meia hora precisamente, 3 meses).
Haja saúde! Bj

Marta disse...

Daqui a hora e meia... e o que faz praticamente não dormir. Às vezes até troco o nome ao puto!

Mãezite disse...

Olá. Passo mtas vezes por aqui (adoro o teu blog) mas acho que nunca comentei. Identifico-me muito contigo porque tenho uma filha com 5 e outra que acabou de nascer (tem 10 dias). Até agora tenho a vida facilitada porque por enquanto estamos os dois em casa com elas e as noites até têm corrido bem. Mesmo assim, ando sempre cansada porque isto de interromper o sono mexe muito com qualquer pessoa. Força e um beijinho grande, que (esta parte d') a maternidade é muito linda e tal (amo as minhas filhas acima de tudo, como é óbvio) mas também custa à brava!

inês nogueira disse...

é duro, é mesmo duro. assim como é intenso, muito intenso. e muito importante. e muito bom. e muito difícil.
é tudo muito, muito, muito.
por isso é que cansa tanto.
beijinhos, lia.

JoanaM disse...

Uma das coisas que senti na minha licença foi solidão. Senti-me um pouco sozinha. E embora maravilhada por ter feito nascer aquela filha linda, tinha saudades de estar com pessoas. E as pessoas estavam na sua vida e no seu ritmo, como normalmente. E eu estava noutra dimensão. E além disso, não estava à espera que isso acontecesse... Afinal não estava só!
Bjs