isto

parece o inferno de Dante!

Uma multidão de gente boçal, grotesca, que se acotovela, grita e esperneia. Filhos mal educados, pais surdos que não ouvem os filhos aos gritos e que, quando bincam, gritam ainda mais que eles! Crianças que batem nos pais, que gritam "larga-me já" em tom da mais profunda histeria. Mergulhos bomba, bolas por todos os lados, raquetes, motas de água numa chinfrineira absurda. Todos espalhados pela areia e eu enfiada com eles no bidé, para banhos? Trânsito pára-arranca, estacionamento gratuito impossível ou 50 cêntimos por quarto de hora para ir apanhar pé de atleta ou fungos nas unhas dos pés?

Após o primeiro embate propus que fossemos pensando em alternativas, porque não estou para embates!
E dou por mim com tiques de afectação, encolho-me para que não me toquem e rosno às criancinhas que vão buscar a bola para jogar com o pai (gritam PAI, PAI, PAI, trezentas e trinta e sete vezes mas o pai está sentado debaixo da palhota da loira platinada e não vem): "eh, pst, não quero bolas aqui".

O must deve ser mesmo o bar que a meio da praia (por muito que se ande não deixa de haver gente, gente, gente) ostenta uma música de "discoteca" em pleno dia, fazendo-se ouvir num raio de um quilómetro. É o mercado. Eles e elas, a condizer com a música, alinham-se, perfilam-se, como se estivessem em exposição, enquanto bebem bebidas alcoólicas. Assim se escolhem. Esticam o peito, endireitam as costas e olham de esguelha para o fato-de-banho para ver se está tudo colocado no centímetro desejado e desejável, enquanto curtem a música do DJ...
(em tempos andei com um gajo que devia adorar estas merdas... bah-ah-ah-ah-ah...)